A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) solicitou ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a suspensão das audiências com testemunhas na ação penal que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.
Os depoimentos, que começaram na segunda-feira, 19, e devem se estender até o fim do mês, fazem parte da fase de instrução probatória, quando são colhidas provas para o processo.
Os advogados alegam que o o às provas reunidas pela Polícia Federal (PF) está prejudicado por problemas técnicos, como links corrompidos, falta de senhas e desorganização das pastas. Segundo dizem, a falha compromete a ampla defesa e inviabiliza a preparação adequada.
A PF começou a disponibilizar os arquivos apenas em 14 de maio, mas a defesa afirma que a análise dos documentos não será concluída antes do término das oitivas, previsto para 2 de junho.
O pedido também critica o uso de recortes de mensagens pela acusação, sem que os diálogos completos estejam disponíveis para a defesa. Um exemplo citado é a dificuldade em localizar uma conversa entre Mauro Cid e o general Mario Fernandes, usada na denúncia.
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Bolsonaro e Braga Netto acompanham audiência
Quatro réus acompanharam as audiências realizadas nesta semana: Jair Bolsonaro e os ex-ministros Walter Braga Netto, Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira.
Braga Netto, preso preventivamente, tem assistido aos depoimentos da Vila Militar, no Rio de Janeiro, acompanhado por seus advogados.
O ministro Alexandre de Moraes conduz as sessões, que contam com a participação dos ministros Cármen Lúcia, Cristiano Zanin e Luiz Fux, da Primeira Turma do STF, em formato virtual.
Até 82 testemunhas estão previstas para depor, indicadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e pelas defesas dos réus.
Um terço das testemunhas são militares, incluindo três ex-comandantes das Forças Armadas e o atual comandante da Marinha, Marcos Sampaio Olsen.
Também estão previstas oitivas de 13 ex-ministros do governo Bolsonaro, além do ex-vice-presidente Hamilton Mourão, atual senador, e outras figuras como o governador de São Paulo Tarcísio de Freitas, o ex-ministro da Economia Paulo Guedes, o senador Ciro Nogueira e o deputado Eduardo Pazuello.
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